Na manhã do último sábado (9), a Praça Maria de Lourdes do Espírito Santo, no bairro Novo Riacho, sediou um evento intitulado "Coleta Seletiva em Defesa do Meio Ambiente", realizado em apoio às organizações de catadores de materiais recicláveis de Contagem. O encontro, que atraiu a atenção de várias pessoas que passavam no local, foi promovido pela Prefeitura de Contagem, por meio da Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad), e contou com a participação do Instituto de Referência em Resíduos (IRR) de Contagem.
O diretor do IRR, José Barcedo, descreveu o objetivo do evento. “O que estamos fazendo agora é trazendo esse projeto para a comunidade. A Política Nacional e Estadual de Resíduos Sólidos diz que a responsabilidade para o sistema de coleta e tratamento da disposição final é tarefa do produtor de embalagem, do setor que adquire, do cidadão que consome e do governo. Então, estamos trazendo esse discurso para todo esse ciclo para que possamos fazer de Contagem uma referência em termo de responsabilidade compartilhada na gestão dos resíduos”, disse.
Segundo Barcedo, esse tipo de evento é essencial para mostrar à comunidade, de forma lúdica e prazerosa, que nem tudo que consideramos como lixo é, na verdade, apenas lixo. “Também temos o intuito de mostrar essa integração do governo com a sociedade, objetivando a preservação do meio ambiente e gerando a inclusão produtiva para os catadores e combate a violência urbana”.
Há 22 anos trabalhando com materiais recicláveis, Silvana Carvalho, 57 anos, vende seus artesanatos feitos com caixa de leite, madeira de demolição, retalho de tecidos, arroz, papel cartão e jornal, entre outros materiais. “Tudo que o pessoal não vai aproveitar no momento eu uso para fazer meus trabalhos”, conta. Ainda de acordo com a artesã, “esse evento é de extrema importância, principalmente como fonte de renda e para divulgar mais a defesa do meio ambiente, o que é primordial”, finalizou.
Moisés Caldeira, 63 anos, e morador do bairro Maracanã, trabalha há 4 anos reciclando pneus. Ele conta que os transforma em bancos, jardineiras e chinelos. “Também faço estrutura para parques e jardins, escolas, praças de modo geral, e vários tipos de brinquedos”, disse. Para ele, a divulgação é o principal fator para esse tipo de evento. “É bom para as pessoas entenderem que do pneu pode-se fazer coisas úteis e tirar do nosso meio ambiente várias toneladas do produto. Já tiramos esse ano mais de 5 toneladas para fazer produtos”, afirma.
Conscientização
Marcelo Pereira, 38 anos, foi até a praça para saber do que se tratava o evento. “Achei muito interessante todo o trabalho que fazem. Eu nunca mais coloco o material reciclável no meio do lixo. Agora vou levar em algum galpão. Eventos como esse têm que acontecer mais vezes para que as pessoas se conscientizem mais para ajudar o nosso meio ambiente. Muitas pessoas não fazem essa separação dos materiais por falta de conhecimento e por não saber dos benefícios que gera”, afirmou.